domingo, dezembro 26, 2010

A arte grita por silêncio

A arte por si só é bela. É bela e louvável. Entretanto, só existe para nós o que chega até nós, o que nos é apresentado. Portanto, para que a arte exista é preciso que ela seja exposta. E é com o objetivo de dar existência a arte que surge o espetáculo.

Este ali para mostrar a arte, porém não é feito apenas dela. O espetáculo é feito de estrutura física, de local, data e horário, de figurino e maquiagem, entre muitos outros fatores. Um em específico é primordial para o espetáculo e, sinceramente, tem deixado muito a desejar: o público.

O público nunca é espectador de um espetáculo. É parte dele, por conseqüência interferindo também na arte. E não há nada pior do que uma arte suja por conta daqueles que, teoricamente, foram até lá só para vê-la existir.

Nos últimos espetáculos que assisti – e por espetáculos entendam apresentações de dança, teatro e mesmo o cinema - tenho visto ofensas explícitas a arte, seus admiradores e a sua produção em geral. Verdadeiras grosserias.

Tais como conversas em voz alta, palmas em momentos inapropriados – e a ausência delas nos apropriados –, toques de celulares, mães que torturam os bebês mantendo-os dentro de uma sala, enquanto esses choram desesperados para dar o fora e até mesmo – pasme minha gente – o uso de máquinas fotográficas com flash!

Acredito que isso acontece em grade parte justamente pela segmentação do espetáculo. Não se vê como um todo a arte, a produção e o público. Este então se vê no direito de manter determinadas ações individuais sem observar o quanto ela pode influir em todos os que estão em volta, por conseqüência no espetáculo, por conseqüência na arte. É um efeito dominó.

Cabe aqui então citar a frase síntese da Teoria do Caos: "Algo tão pequeno como o vôo de uma borboleta, pode causar um tufão do outro lado do mundo".

Ouso dizer que, escondida sob a minha raiva, sob a aflição dos artistas e o incomodo dos produtores do espetáculo existe alguém que está mais desesperada do que qualquer um: a arte. Pois veja bem, se ela por si só não existe, imagine que enorme satisfação sente ao ver todo o trabalho feito para que ela seja apresentada e enfim passe a existir. E que enorme decepção sente ao ver que a parte que diz admira-la a ofende de forma tão grotesca.

A arte está desesperada para ser vista, ouvida, sentida. Mas para que tal aconteça é preciso que o espetáculo em todas as suas partes esteja em sintonia. Respeito e educação nunca são demais. Portanto, eu peço encarecidamente que, não por mim, nem pelo artista, mas pela arte em si: Por favor, desligue seu celular, procure fazer silêncio durante a sessão e não é permitido o uso de máquinas fotográficas com flash.

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Estréia

O blog é novo, então não acho justo começa-lo com um artigo ou texto qualquer. Acho que antes de mais nada vocês merecem uma proposta do enredo.

Pois bem, o blog será feito por mim, a pessoa descrita ao lado. Ele vem para falar de tudo o que mexer racional ou emocionalmente comigo. Vem para falar de jornalismo, de cinema, de cultura, de sociedade, de mundo e de bobagens do dia-a-dia. Penso em também publicar algumas fotos, como já estou fazendo com a imagem de fundo do meu layout.

O nome "Um trago e meio" vem justamente da falta de tempo - de cada dia nos dai hoje - que insiste em nos acompanhar e não raramente nos impede até de completar o trago no cigarro. Por conta disso, já explico que farei o possível para que haja uma periodicidade, mas que infelizmente, não será das mais rápidas.

Vou adicionar os blogs que já costumava acompanhar informalmente.

Enfim, esse foi um breve resumo, sei que vocês só vão poder dizer se gostam ou não depois que lerem um texto de verdade. Mas aguardem que assim que possível trago um, ok? :)